COLAPSO — Quando a Legion of Boom fez barulho na NFL. Até se tornar poeira

Lucas Silva
8 min readJun 1, 2022

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Este material é totalmente inspirada no quadro “Collapse”, do canal Secret Base. O canal é muito bom e recomendo. Mais materiais inspirados neles virão.

Os Seahawks em 2013/14 montaram uma das defesas mais surpreendentes da década, a Legion of Boom. Mas após alguns anos, ela se tornou passado. Vamos relembrar essa histórica defesa hoje.

TIME BASE

  • Ataque: Russell Wilson; Marshawn Lynch; Doug Baldwin e Golden Tate III; Zach Allen e Luke Willson; Russell Okung e Breno Giacomini; James Carpenter e J.R. Sweezy; Max Unger.
  • Defesa: Michael Bennett, Tony McDaniel, Brandon Mebane e Cliff Avril; Bruce Irvin, Bobby Wagner e K.J. Wright; Richard Sherman, Byron Maxwell, Kam Chancellor e Earl Thomas III.
  • Importantes: Jermaine Kearse, Paul McQuistan, Chris Clemons, Red Bryant, Malcolm Smith, Walter Thurmond, Brandon Browner.

AUGE

AUGE

O time que conhecemos dos Seahawks que chegou ao Super Bowl 48 começou a ser formado ainda em 2010, com as adições de Russell Okung, Earl Thomas, Golden Tate e Kam Chancellor. Em 2011, Richard Sherman e via troca, o RB Marshawn Lynch chegou em Seattle.

Em 2012, o elenco dos Seahawks conseguiu ir aos playoffs naquela temporada, caindo para o Atlanta Falcons. Mas aquele ano traria grandes nomes do futuro, especialmente um QB de Wisconsin e um LB de Utah State. Seus nomes? Russell Wilson e Bobby Wagner.

Em 2013, sob o quarto ano da era John Schneider e Pete Carroll, Seattle engatou uma série de dez vitórias em 11 jogos, terminando o ano com 13–3. Passou por Saints, 49ers e pelo Broncos para conquistar o seu primeiro Super Bowl após um sonoro 43 a 8. Parecia que seria o início de algo grande, certo? Então…

Russell Wilson com o troféu Vince Lombardi em 2014

DECLÍNIO

Para 2014, o time perdeu alguns nomes como o cornerback Brandon Browner e o right tackle Breno Giacomini. Mas, a principal saída foi a do recebedor Golden Tate, que assinou por 5 anos com o Detroit Lions.

No Draft, algumas aquisições interessantes à época, como o WR Paul Richardson e o OT Justin Britt. Seattle teve um início de ano equilibrado com um 3–3. Depois disso, o time conseguiu vencer nove de dez jogos possíveis e terminou a temporada com 12–4.

Seattle protagonizou um embate épico contra o Green Bay Packers nas finais da NFC. Perdendo por 19 a 7, Russell Wilson comandou a virada após correr para touchdown e Brandon Bostick não conseguiu agarrar a bola após onside kick. Aaron Rodgers e companhia ainda conseguiram levar o jogo para a prorrogação. No tempo extra, brilhou a estrela de Jermaine Kearse. 28 a 22 no placar e pelo segundo ano seguido, o Seattle Seahawks estaria no Super Bowl.

Eis que chegamos ao Super Bowl 49 em Glendale, Arizona. Era o terceiro Super Bowl da equipe na história contra a dinastia dos anos 2000, o New England Patriots de Tom Brady. Seattle foi até o 3ºQ vencendo por dez pontos. Tom Brady conseguiu virar o jogo em 28 a 24.

Com menos de 2min de jogo e dois timeouts, Seattle tinha a posse de bola, podendo e precisando de um touchdown para o jogo. Jermaine Kearse ainda conseguiu fazer uma recepção milagrosa que deixou os Seahawks na porta da endzone… até que Malcolm Butler resolve colocar seu nome na história. Os Patriots venceram seu 4º título por 28 a 24. Por uma jarda, o Seattle Seahawks não venceu o bicampeonato.

Em 2015, o time fez um bom Draft e conseguiu dois bons jogadores, como o DE Frank Clark e o WR Tyler Lockett. Lockett, em especial, se tornou um grande parceiro de Russell Wilson no backfield junto do veterano Doug Baldwin.

Mas em 2015 que um grande nome do time deixou Seattle: Max Unger. O ótimo center foi trocado para os Saints, que enviaram o tight end Jimmy Graham. Graham vinha de bons anos com Drew Brees, mas não conseguiu chegar a um acordo com a franquia da Louisiana.

Na temporada regular, o time começou balançando com um 4–4 até a bye week na Semana 9. Após o descanso, o time se achou, vencendo seis dos últimos oito jogos e indo para o Wild Card contra o Minnesota Vikings de Teddy Bridgewater.

Naquele jogo, Wilson e Baldwin conseguiram diminuir a vantagem dos Vikings para dois pontos e Steven Hauschka colocou os Hawks a frente por um ponto. Minnesota conduziu grande campanha, mas Blair Walsh tinha outros planos naquela tarde.

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Os Seahawks foram para o Divisional Round encarar Cam Newton e o Carolina Panthers. Seattle terminou o 1º tempo perdendo por 31 pontos.. O time esboçou reação, mas não conseguiu capitalizar em cima. Eliminados por 31 a 24. Mas hey, o time vai melhorar, certo? Não.

2016 foi um ano de saídas. Marshawn Lynch, um dos pilares do ataque do time, se aposentou pela primeira vez. Bruce Irvin foi para os Raiders, Brandon Mebane foi para os Chargers. J.R. Sweezy e Russell Okung. foram para Buccaneers e Broncos, respectivamente. Em dois anos, o time perdeu nomes importantes na linha ofensiva campeã em 2013. No Draft, Seattle desceu da 26ª para a 31ª escolha e selecionou o OT Germain Ifedi, de Texas A&M. Ok, os melhores nomes já tinham saído, mas Chris Jones, Jaylon Smith e Xavien Howard estavam disponíveis.

Jarran Reed, escolha de 2ª rodada, até teve bons momentos no time. Mas, de novo, nomes como Deion Jones, Kevin Byard e James Bradberry estavam no board. É, poderia se sair melhor.

Na temporada, mesmo com um 10–5–1, o time perdeu jogadores importantes, como Earl Thomas. Tyler Lockett e Quinton Jefferson também desfalcaram o time na pós-temporada. Após vitória contra os Lions, o time caiu para outra franquia da NFC Sul, o Atlanta Falcons.

FIM DA LINHA

2017… foi pior. Tentando repor saídas na linha ofensiva, o time assinou com Luke Joeckel, ex-Jaguars, e um tremendo bust. E para o jogo corrido, o time fechou com um já acima do peso Eddie Lacy, ex-Packers. O time ainda trocaria pelo veterano DT Sheldon Richardson.

No Draft, sem escolha de 1ª rodada, o time conseguiu nomes como o DT Malik McDowell, o C Ethan Pocic, o CB Shaquill Griffin e um achado de última rodada no RB Chris Carson. Por curiosidade, Budda Baker foi escolhido após McDowell. Dalvin Cook também.

No fim, foi o último ano da formação original da Legion of Boom. Mesmo com a volta de Byron Maxwell, o time desempenhou mal e sofreu com lesões. Além do mais, Kam Chancellor sofreu uma séria lesão no pescoço na Semana 10 daquele ano.

No mesmo jogo, Richard Sherman rompeu o tendão de Aquiles e perdeu o resto da temporada. Foi o último jogo com a camisa dos Seahawks para ambos, já que Chancellor anunciou sua aposentadoria e Sherman foi cortado e assinou com os 49ers (perdão o spoiler).

Seattle terminou a temporada com 9–7 e ficou de fora dos playoffs pela primeira vez desde 2011. O que parecia ruim, só piorou de vez. Além de Sherman e Chancellor, Cliff Avril, Byron Maxwell e Michael Bennett foram dispensados. Graham e Richardson também saíram.

Além disso, 2018 marcou a última temporada de Doug Baldwin. Nome mais confiável de Russell Wilson desde a chegada do QB, o WR foi dispensado da franquia após falhar em testes físicos e dias depois anunciou sua aposentadoria.

Mas talvez o pior aconteceu fora dos campos: Paul Allen, co-fundador da Microsoft e dono da franquia desde 1997, faleceu aos 65 anos em decorrência de um linfoma de Hodgkin. O time jogaria por toda a temporada de 2018 com um logo em homenagem a Allen.

O Draft de 2018 não foi tão bom assim: com a 27ª escolha, o time selecionou Rashaad Penny, na frente de Nick Chubb e Darius Leonard. Na 2ª rodada, veio Rasheem Green, na frente de caras como Orlando Brown e Mark Andrews. Mesmo tendo escolhido o irmão de Shaquill Griffin, Shaquem, e ter achado um bom punter em Michael Dickson, O time deu uma patinada na temporada e, mesmo terminando com 10–6 e indo ao Wild Card, caiu para Dallas por 24 a 22.

2019 trouxe um reforço no Draft, o melhor nome daquela classe: D.K. Metcalf. Em pouco tempo, Metcalf se tornaria um alvo valioso para Russell Wilson. Mas o time também viu a saída de Earl Thomas, de forma bem controversa.

Ainda antes da temporada começar, Seattle fez um movimento ousado trocando dois jogadores e mais uma escolha de 3ª rodada pelo defensive end Jadaveon Clowney. Além disso, trouxeram o safety Quandre Diggs para repor a saída de Earl Thomas.

Embora Clowney tenha bons números e Diggs tenha se destacado na secundária, o time ainda ganharia o retorno de Marshawn Lynch no backfield, muito por conta das lesões na posição de running back. E ok, o time teve oito vitórias e duas derrotas até a Semana 11.

Seattle conseguiu terminar a temporada com 11–5 e conseguiu uma vaga nos playoffs. Mesmo vencendo os Eagles com Carson Wentz em baixa, o time caiu para Green Bay no Divisional Round, numa quase “revanche” da final da NFC de 2014. Um bom ano, certo?

2020 começou com uma grande adição: os Seahawks trocaram pelo ótimo safety Jamal Adams, abrindo mão de escolhas de 1ª rodada. O time conseguiu melhorar seu recorde para 12–4. Embora, no Wild Card, o time foi derrotado pelos rivais Los Angeles Rams. Primeira derrota dos Seahawks nos playoffs em casa desde ‎‎2004‎.

No fim, 2021 guardou o pior. Com Wilson machucado e péssimo desempenho, Seattle teve a primeira temporada com mais de dez derrotas na era Pete Carroll, com 7–10. Ao final da temporada, Russell Wilson e Bobby Wagner, últimos nomes do título de 2013, saíram do time.

O desfecho de Seattle é que, o time contou com azar dos principais jogadores do time se machucarem, não conseguiu repor as saídas via Draft e mesmo com temporadas positivas, a competitividade diminuiu. Nada que se compare ao calibre de candidato ao título pós-2014.

Mas, no fim do dia, o time era realmente muito bom e atraiu muitos olhares da liga. Com uma secundária forte e de personalidade, peças complementares na defesa e um ótimo quarterback comandando um ataque muito bom, Seattle fez muito barulho tal como seu torcedor, até tudo se tornar história.

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Lucas Silva
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Written by Lucas Silva

Jornalista. São Paulo, Brasil. Passagens por Torcedores.com, Esportudo e Bolavip Brasil.

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