HISTÓRIA, 2012 — A Libertadores do Corinthians merece ser lembrada
04 de julho de 2012. Estádio do Pacaembu, São Paulo. Jogo de volta da final da Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors. Em pouco segundos, o clube paulista venceria seu 1º título. Como? Vamos lembrar.
AZARADO
O Timão até hoje participou de 16 edições da Libertadores em toda a sua história (contando a edição atual). Aqui, um gráfico mostrando as participações do Corinthians. Houve eliminações traumáticas para Palmeiras (1999/00), River Plate (2003/06) e Tolima (2011).
Neste caminho até 2012, o Corinthians era o único time paulista que nunca havia vencido a Libertadores, o que era motivo de piada pelos rivais. São Paulo e Santos (3) e Palmeiras (1) já tinham suas taças. E o São Caetano quase venceu em 2002, mas caiu para o Olimpia.
Mas entre 2011 e 2012, as coisas seriam diferentes: o time manteve o técnico Tite no comando e trouxe alguns nomes para o elenco, casos dos meias Alex e Douglas, dos atacantes Romarinho e Emerson, do lateral Fábio Santos e do goleiro Cássio.
Mantendo a base do time que foi campeão brasileiro em 2011, o Corinthians conseguiu chegar em sua primeira final de Libertadores em 102 anos de história. Mas o adversário estava longe de ser tranquilo, muito pelo contrário.
CARRASCO
Não é preciso muito pra saber que o Boca Juniors é um carrasco de clubes brasileiros na Libertadores. Corinthians, Palmeiras, Santos, Grêmio e até o Paysandu são alguns clubes que sofreram jogando contra os xeneizes. Como estava o Boca Juniors naquela época?
O Boca Juniors é o segundo maior campeão da Libertadores, com seis taças, uma a menos que o Independiente (7). Também é um dos campeões invictos da competição (1978). As conquistas aconteceram em 1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007.
Em 2011, o time foi campeão do Apertura e tinha uma base sólida no elenco. Além de Riquelme, nomes como Guillermo Burdisso, Sebastián Battaglia, do veterano Schiavi, além do jovem Leandro Paredes integravam o elenco do técnico Julio César Falcioni.
O Boca caiu no Grupo 4, com Fluminense, Arsenal de Sarandí e Zamora-VEN. Os xeneizes passaram em 2º lugar, com 13 pontos, dois a menos que o líder Fluminense. Terminou a fase de grupos com 4 vitórias, 1 empate e uma derrota (para o próprio Fluminense).
Já na fase mata-mata, passou com facilidade pela Unión Española nas oitavas. Nas quartas, encarou o Fluminense. Vitória por 1 a 0 e empate em 1 a 1. Já nas semis, venceu a Universidad de Chile por 2 a 0 e segurou o empate sem gols.
Naquela altura, era a 10ª final de Libertadores do clube xeneize, somando um total de oito vitórias, três empates e somente uma derrota na competição. Mesmo tendo mais tradição que o adversário na final, não seria tão fácil assim.
INVICTO
O Corinthians teve vida relativamente tranquila na fase de grupos: como cabeça de chave do Grupo 6, o alvinegro caiu com Deportivo Táchira-VEN, Cruz Azul-MÉX e Nacional-PAR. O desafio era jogar na altitude venezuelana e a exaustiva viagem para o México.
Apesar do empate sofrido na Venezuela em 1 a 1, o Timão jogou bem e conseguiu terminar a fase de grupos na liderança. Foram 14 pontos conquistados em seis jogos, sendo quatro vitórias e dois empates. Teve ainda uma goleada de 6 a 0 contra o Táchira no Pacaembu.
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Nesse meio tempo até as oitavas, o então goleiro titular Júlio César sofreu com más atuações e deu lugar para Cássio. O gigante segurou o empate sem gols no Equador e no jogo de volta, vitória corintiana por 3 a 0.
Cássio colocaria seu nome na história do Corinthians nas quartas de final, contra o Vasco da Gama. Depois de um 0 a 0 em São Januário, o jogo de volta no Pacaembu guardou emoções. Após bobeira, Diego Souza partiu do meio campo e ficou cara a cara com o goleiro alvinegro.
Com direito a Tite sendo expulso e indo para a arquibancada, nos minutos finais do jogo, Paulinho fez o gol da classificação. Era a primeira semifinal de Libertadores que o Timão disputaria depois de 12 anos.
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E que tal um clássico alvinegro? O Corinthians e o Santos de Neymar tiveram seus confrontos nas finais do Paulistão. E o Peixe era o atual campeão do continente. Os dois jogos foram muito complicados. Na Vila, com um golaço de Emerson, vitória corintiana por 1 a 0.
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Na volta, apesar do duro jogo e com gol de Neymar, Danilo empatou o jogo e o Corinthians conseguiu segurar o alvinegro praiano. 1 a 1 no final e o Corinthians garantiu vaga para a sua primeira final de Libertadores.
Um verdadeiro caldeirão estava a La Bombonera naquele 27 de junho. No primeiro tempo, jogo difícil e com oportunidades para ambos os lados. Mas quem saiu na frente foi o Boca com Roncaglia. Minutos depois, um “desconhecido” Romarinho entrou e empatou.
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A noite de 4 de julho reservou um Pacaembu lotado. Vencer significaria mais do que conquistar o título, era dar fim as piadas dos rivais, era deixar as frustrações passadas para trás. Era colocar o nome do clube na história.
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Mais ainda mais do que tudo isso que foi dito. Para o Corinthians e o corinthiano, vencer significaria “se libertar”. Em segundos, o Corinthians se consagraria campeão. Bem vindos a este momento na história.
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