Uma entrevista com Lucas Silva (2021)

1 — Que dia é hoje?

Hoje é dia 20 de dezembro de 2021, faltam 11 dias pro fim do ano, e tudo o que eu quero e que ele se encerre de uma forma digna. Pelo menos pra mim.

2 — Qual a sua idade?

22 anos.

3 — Quantos seguidores você tem?

Uma coisa para o ano que vem que eu preciso trabalhar melhor: preciso me despreocupar tanto com curtidas e seguidores. Números, em geral. Eu sei que eles são importantes, mas o foco sempre há de ser o trabalho.

No Twitter, eu tinha 240 seguidores no fim de 2020, hoje eu tenho 1.265 seguidores. Muita coisa mudou e é absurdo o quanto o Twitter faz parte disso. No Instagram, eu tinha 324 seguidores no fim do ano passado, hoje tenho 494 seguidores. Tudo cresceu muito rápido.

4 — Foto mais curtida?

Essa. Quando eu tomei a primeira dose da vacina, um pouco de alívio em tempos de tempestade, um pouco de tranquilidade.

5 — Tweet mais visto?

A minha thread de La Liga. Foi bem legal e bem trabalhoso. Sei que poderia ter escolhido outros jogadores além de meias e atacantes, mas mesmo assim, fiquei muito feliz com o resultado.

6 — Qual o maior acontecimento da minha carreira?

Eu poderia dizer que foi o fato de eu finalmente entrar na minha área e trabalhar com isso, ou de ter coberto as Olimpíadas de Tóquio. Poderia brincar com o fato de ter ganhado um selo de verificado no Twitter, mas não.

Talvez o fato de pessoas que eu gosto no jornalismo me notarem, me elogiarem, faz disso ser um grande fato na minha carreira. O jornalismo trouxe proximidade com pessoas que não conhecia e hoje sou amigo, sou fã do que eles fazem.

7 — Você acha que é bem sucedido?

Não. Tudo ainda é um início. Depois de meses sem trabalho, finalmente cheguei na área que queria, falando sobre coisas que gosto. Tenho meus planos pro ano que vem, de conhecer mais, de viver mais. Eu sinto que há muito o que se fazer e que deve se fazer, não só porque é algo com que eu trabalho, mas também porque me dá prazer em fazê-lo.

Talvez eu nunca seja bem sucedido. Se eu conseguir tudo o que quero, chegar aonde quero, pra onde vou depois disso? É uma reflexão que faço em alguns momentos.

8 — Qual foi o pior momento do ano?

Os últimos seis meses.

Momentos de caos interno, minha cabeça só pedia e ainda pede paz, querer tirar uma semana fora de casa, de viver a vida, de descansar, de me reconectar comigo. Pessoas que entraram na minha vida nesse ano e reencontrar meus amigos me trouxeram paz em meio a um monte de coisas que estavam acontecendo, em casa, comigo. Não consegui meu diploma (ainda) e isso me frustrou bastante.

9 — Qual o conselho que você daria para você de daqui a um ano?

“Espero que você se reconecte consigo mesmo, se redescubra e seja feliz. Eu sinto que passei seis meses a deriva, meio perdido, meio desanimado e cansado. Esteja mais disposto, também. Faça as coisas, faça aquilo que te faz bem e que te deixe orgulhoso de fazê-lo. Aproveite e não se prenda as coisas, planeje, faça. Você não quis viajar pra conhecer lugares que você quer ir? Pra conhecer pessoas que você quer conhecer?

Saiba que, o que quero de você é que todos os seus dias sejam doces, você é muito especial. Sua família te ama, seus amigos te amam. Existem pessoas que gostam muito de você, que acompanham você, que torcem por você. Elas estão ali pra te ajudar porque elas gostam de você.

Mais uma coisa: não se isole. Eu sei que quando as coisas apertam, tudo o que a gente quer é ficar sozinho. Faz parte, mas pense: quantas vezes você disse pra alguém que vai ficar tudo bem? quantas você disse que “você nunca vai estar sozinho?” (bendito seja o Liverpool). Da mesma forma que você sempre fez questão de ajudar seus amigos, dizendo que eles não estão sós, você nunca vai estar sozinho, dê mais valor a isso.”

10 — Qual o conselho que você daria para você de um ano atrás?

“Evite se comparar aos outros. Eu sei que tem horas que o desânimo bate, eu sei que você queria fazer suas coisas crescerem cada vez mais. Pense: não há porque se comparar com seu amigo porque ele tem um projeto que tem um grande alcance e faz um trabalho muito bom. Não há porque se comparar com seu colega que tem uma página que tem muitos seguidores e afins, enfim.

Não há porque se comparar com os outros, onde está você nisso? Até quando você vai se derrotar e não vai mais valorizar aquilo que você fez até aqui?

Onde está a sua essência nisso tudo? Eu sei da sua autoestima (todos nós sabemos), mas tenha mais orgulho do que fez aqui e procure evoluir cada vez mais. Você consegue, eu acredito em você, nunca deixamos.”

11 — Qual o seu maior arrependimento?

Eu poderia ter feito mais. Este ano, que eu comecei um pouco mais de responsabilidade com as coisas que falo na Internet, eu poderia ter feito mais, produzido mais. Não fiz por forças maiores, mas também porque estive cansado a maior parte do tempo. Tirei todas as coisas que programei fazer (artes, threads) porque queria desapegar das coisas que me lembravam trabalho. Até de futebol americano eu desapeguei. Não foi uma temporada em que pude dar o meu melhor, seja pra mim, pra quem me segue ou mesmo pra comunidade.

12 — Defina você em três palavras

Intenso. Persistente. Querido.

Repetindo duas das três palavras do ano passado: intenso porque como sempre, busco ser uma pessoa melhor, dar o melhor de mim, aprender, entender, reconhecer e valorizar tudo o que aprendi e vivi.

Persistente pois sei que ainda estou longe de ser um grande jornalista ou um grande produtor de conteúdo, ainda é o início de uma jornada que tem muita coisa pra acontecer.

E querido porque eu notei ao longo desses meses, ao lado de pessoas importantes, o quanto eu posso fazer bem para elas, tal como fazem comigo. Querido, porque houve momentos em que eu senti falta de uma palavra amiga, de um abraço, em momentos que tava tudo muito apertado.

É pra você, que me conhece ou que me acompanha que dedico as últimas palavras deste texto: obrigado.

Obrigado por me acompanhar até aqui e não desistir de mim, eu sei que faltou conteúdo nos últimos tempos, mas saibam que vou e devo voltar com tudo a partir do ano que vem.

Obrigado por aqueles que se importaram comigo, que estiveram comigo ao longo desse ano, que me deram apoio e não me deixaram desanimar. Vocês não tem ideia do quanto vocês são importantes pra mim.

Obrigado pelas resenhas, pelas dicas, pelos puxões de orelha, por risadas… por tudo.

Vocês estão mudando a minha vida.

Espero em algum momento ser capaz de mudar a de vocês também.